A Inovcorp é uma das empresas que faz parte do consórcio cívico-empresarial que se encontra a desenvolver o projecto “CardioDrone”, tendo sido responsável pelo desenvolvimento da aplicação mobile que permite acionar estes veículos, não tripulados, e que transportam até ao local da ocorrência uma mala com um desfibrilhador automático externo (DAE).
Este projecto garante uma resposta mais rápida em cerca de sete minutos e que pode fazer a diferença no salvamento de uma vítima, quando comparado com a resposta dada pelos meios deslocados via terrestre.
Tendo já sido realizado um teste, na praia de Paramos na semana passada, a simulação teve início quando um nadador-salvador, ao encontrar um banhista em paragem cardiorespiratória, abriu a aplicação no seu telemóvel e ativou o envio do "drone" que, disponível a três quilómetros de distância no areal de Silvalde, percorreu a distância entre as duas praias a cerca de 100 quilómetros por hora.
Cerca de três minutos após levantar voo, o veículo já sobrevoava a vítima na localização geográfica indicada pela "app" e, a 20 metros de altura, fazia descer até ao socorrista a mala com o DAE, através de um guincho de aço apto a aguentar com os cerca de cinco quilos desse dispositivo médico.
O alerta emitido através da aplicação criada pela Inovcorp também ativou automaticamente o serviço de emergência 112, pelo que, pouco depois de o nadador-salvador começar a aplicar os choques elétricos no manequim-vítima usado na simulação, chegavam igualmente à praia dois operacionais dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho, um por mar, em moto-de-água, e outro pelo areal, em moto4.
Em entrevista, o enfermeiro Pedro Caldeira indicou as vantagens do serviço: "Quanto mais depressa conseguirmos chegar ao local, mais depressa conseguiremos providenciar cuidados médicos à vítima e maior probabilidade ela terá de ser salva".
Gabriel Boavida, também envolvido no consórcio enquanto presidente do movimento cívico "Salvar Mais vidas", defendeu que essa rapidez de ação é a maior vantagem do projeto, considerando que "a paragem cardiorrespiratória súbita é a principal causa de morte em Portugal fora do meio hospitalar", representando cerca de 10.000 óbitos por ano - o que reflete uma taxa de sobrevivência "que ronda os 3%".
Pedro Louro, comandante da corporação local de bombeiros e responsável pelo dispositivo de socorro instalado em toda a orla costeira de Espinho, reforça a ideia de que "a mais-valia destes equipamentos [aéreos] está muito associada ao tempo de resposta para intervenção", reduzindo o período decorrido "desde a paragem cardiorrespiratória até à assistência à vítima".
Por outro lado, Nuno Conceição, CEO da Inovcorp, também esteve presente na simulação e destacou que “hoje mais do que nunca, enquanto empresa tecnológica e dedicada à inovação, sentimos que deve ser nossa missão apoiar este tipo de projectos e encontrar soluções de “human technology” que façam realmente a diferença na vida das pessoas”.
Outros projectos desenvolvidos por este grupo português, com sede na região de Lisboa, podem ser consultados em
www.inovcorp.com.
O mecanismo subjacente ao projeto CardioDrone resulta do consórcio entre as empresas Ocean Medical, Inovcorp, HP Drones e o referido movimento "Salvar Mais Vidas".
A simulação estreada em Espinho prendeu-se pelo facto de este Município querer disponibilizar esta inovação, já no verão de 2021, nos seus oito quilómetros de orla costeira.